terça-feira, 30 de dezembro de 2014

História da Maquiagem – 5000 anos de Batom


Ao longo a história, cosméticos sempre fascinaram homens e mulheres devido à sua capacidade de modificar consideravelmente a aparência, influenciando diretamente na autoconfiança e estima. Não obstante a indústria da moda tenha dado giros, voltas e reviravoltas nos últimos séculos (aliás, milênios!), alguns produtos cosméticos remanescem com popularidade intacta.
Shampoos, sabonetes, esmaltes, delineadores de olhos e outros artigos de maquiagem usados como bálsamos protetores e medicinais viram o nascer e sobreviveram à decadência de várias civilizações. Todavia, um item sobreviveu por milênios sem perder reconhecimento mundial e se tornou um dos itens mais importantes e presente na vida da mulher contemporânea: O Batom.

É claro que um dos fatores responsáveis por tamanha popularidade advém do seu fim medicinal. Além de decorativos, os batons sempre foram usados como método de proteção labial contra incidência de elementos naturais: vento seco, umidade e, por certo, raios solares (O tecido labial não possui a melanina responsável por nos proteger dos raios UV).
Atualmente chega a ser inimaginável pensar num mundo em que a população feminina não esteja usando batons, principalmente em aparições públicas.
Contudo, o queridinho da mulherada nem sempre foi de tão fácil acesso e fabricação como é hoje em dia. Houve um tempo em que os batons eram dificílimos de produzir; outro em que eram legalmente proibidos; também já foram considerados démodé e, acreditem, em certo período histórico eram até fabricados com materiais cuja toxicidade poderia acarretar morte por envenenamento!
O batom não é somente item de beleza, ele fez (e faz) parte da história mundial, por meio dele podemos entrever o comportamento de diversas culturas e civilizações.

Tendo em vista a aparição precoce na história humana, não há como determinar piamente qual grupo tampouco quem inventou o primeiro batom. Os batons surgiram na pré-história da humanidade e viajaram através dos séculos e civilizações com variados graus de sucesso e aceitação popular. Historiadores reconhecem e relatam alguns pontos importantes na história dos batons, exatamente tais pontos serão o tema de hoje, por meio deles entenderemos como este item se tornou tão onipresente na moda atual.


História da Maquiagem – A trajetória e importância social do Batom

Desde os primórdios, os seres humanos sempre arrumaram meios para distinguir-se da multidão; desde os primórdios os jovens lançam mão de artimanhas decorativas com o objetivo de tornar-se mais atraente ao sexo oposto. Ferramentas, roupas, sapatos, jóias e cosméticos foram os instrumentos primários utilizados com este fim. Entre o tanto, pinturas faciais e (tchraaam!) batons foram e são os meios mais notórios e notáveis de modificar a aparência.
Com o furor da tecnologia atual fica difícil de se pensar em batons em eras pré históricas, não? Pois bem, havia!
Os batons pré-históricos eram compostos por matérias primas encontradas na natureza como sumos de plantas (aliás, o sumo da beterraba dá um belo batom líquido! – assunto para outra matéria…). Com o advento das manufaturas de civilizações mais recentes, Oriente Médio, norte da África e Índia, novos tipos de materiais passaram a ser usados com a finalidade de ornar os lábios.
Os primeiros registros datam da Mesopotâmia. O “batom mesopotâmico” consistia em pó de pedras preciosas, as mulheres utilizavam tal pó para doar brilho e riqueza aos lábios.
No Antigo Egito a manufatura dos batons obteve grandes avanços. Os membros do alto escalão utilizavam variados tipos de decoração labial como meio de distinguir-se e elevar-se dos demais. Para compor seus batons os egípcios utilizavam ingredientes tóxicos, reza a lenda que vários adoeceram e até morreram por envenenamento (Atestado de óbito, causa da morte: envenenamento por batom – Soa bizarro, não?). Contudo, químicos encontraram fórmulas muito mais utilizáveis as quais permaneceram em até o final do império egípcio.
Quem aqui gosta de batons com coloração avermelhada? Então, foi exatamente no antigo Egito que a cor carmim ganhou a popularidade a qual perdura até hoje! Historiadores alegam que a famosa Cleópatra foi a responsável pelo pontapé inicial rumo à popularização dos lábios vermelhos. O corante carmim era extraído de insetos Cochonilha, técnica amplamente utilizada até hoje mesmo com a forte regulamentação dos governos norte americano e europeus contra a presença deste pigmento em comidas e cosméticos.
Como bem nos contou a tia da escolinha, os avanços e inventos tecnológicos do Império Egípcio foram espalhados seus por toda Europa e, é claro, o batom não ficou de fora. Aliás, foi na Europa onde o batom encontrou seu “lar doce lar”, principalmente entre os atores teatrais dos impérios grego e romano.
Mas eis que o que ornava acabou-se quando a Idade Média assolou a Europa. Por anos a fio a população europeia quase esqueceu o batom. As duras condições de vida, as guerras constantes, medicina precária, pragas, falta de comida e toda esta conjuntura levou ao período em que muito pouco ou nenhum avanço foi observado nas artes, ciências e demais áreas do conhecimento.
Nesse ambiente, a Igreja era a única presença constante na mente dos europeus, ela era responsável pela ditadura e manutenção das leis e da moda. O Clero condenou o uso de cosméticos, relacionou o batom vermelho aos cultos satânicos e, sendo assim, o batom tornou-se coisa do passado, relegado ao esquecimento… Nesta época somente atores em peças e a população feminina do menor estátua (leia-se: prostitutas) continuaram a pintar os lábios.
Um dos momentos mais importantes na história do batom aconteceu durante a Idade de Ouro Islâmica quando o cosmetologista e químico árabe Abu al-Qasim al-Zahrawi conseguiu aperfeiçoar a fórmula para batons sólidos, seus bastões perfumados representam a base do batom moderno.
Vários séculos depois, o batom renasceu graças às dramáticas mudanças culturais e comportamentais implementadas durante o reinado inglês da Rainha Elizabeth I (1558 – 1603). Seu estilo de portar-se e vestir-se caiu no gosto das altas castas da sociedade, o rosto pálido com lábios coloridos por pigmentos avermelhados brilhantes tornou-se marca de nobreza.
Todavia, a vida nobre do batom não perdurou muito, ele logo retornou à “margem da sociedade” tornando-se novamente um item característico de mulheres de classes baixas e prostitutas. Assim permaneceu durante séculos até que a evolução tecnológica do final do século 19 trouxe o batom de volta ao comércio e, por conseguinte, ao gosto popular.
Em 1923 designers inovadores enfim criara a embalagem com mecanismo giratório que conhecemos, químicos geraram formulações brilhosas e cintilantes, e a indústria a moda começou a ditar tendências de cores e tipos por meio da indústria cinematográfica em expansão.
Com a facilidade de fabricação, preços baixos, facilidade de uso, ascensão da fotografia, e a disseminação do item por meio de famosas atrizes de cinema entre as décadas de 1930 e 1950 (Sarah Bernhardt , Marilyn Monroe e Elizabeth Taylor), os batons finalmente fincaram estaca na moda tornando-se um item presente nos quatro cantos do mundo.
Relativamente baratos, fáceis de encontrar, simples de usar e com grande poder de modificar sutil e/ou drasticamente o visual – na sociedade contemporânea os batons são, inegavelmente, um dos mais importantes e clássicos itens de moda.

História do Batom – Resumo de fatos e curiosidades

2500 a.C. a 1000 a.C. – A Antiga Mesopotâmia Mesopotâmia foi o lar do primeiro batom conhecido pela humanidade. Conforme contamos no texto, mulheres da região utilizavam pó e pedacinhos de pedras preciosas para decorar seus lábios.

2000 a.C. a 100 d.C. – O Batom Egípcio era composto por besouros carmins (Cochonilha) triturados. Este famoso batom vermelho, por vezes decorado com escamas de peixe para efeitos cintilantes e perolados, foi bastante usado por mulheres ricas e poderosas, seu ícone foi ninguém menos do que Cleópatra (51 dC – 30 aC).

Século 8 ao 12 d.C.- O cosmetologista árabe Abu al-Qasim al-Zahrawi descobriu um meio de doar a forma sólida ao batom.

Idade Média ao final do século 16 - A coloração dos lábios foi proibida pela Igreja, o Cero associou os pigmentos avermelhados aos rituais satânicos. Nesta época o batom era item relega às mulheres de classes sociais mais baixas, principalmente as prostitutas.

Século 16 - Durante o reinado inglês da Rainha Elizabeth I seus lábios vermelhos brilhantes e rosto de um branco austero tornou-se moda. Tal popularização devolveu ao batom o posto de nobreza. Foi por essa altura da história que a composição passou a ser a base de de cera de abelhas e plantas avermelhadas. Só as mulheres de alta classe e os atores usavam batom.

Século 18 - Durante este tempo os batons escorregaram da nobreza para os plebeus, indo novamente parar entre as classes baixas da sociedade.

Século 19 – Ao longo de quase todo século 19 o batom permaneceu em uso apenas entre atores e prostitutas. Estes séculos de rebaixamento social do item começaram a mudar quando perfumistas franceses começaram a produção comercial do item.

1884 - A empresa de cosméticos francesa Guerlain começou a produzir o primeiro batom em versão comercial o qual era composto por sebo veado, óleo de mamona, cera de abelha, e então coberto em papel de seda.

1880 – A famosa atriz americana Sarah Bernhardt deu o pontapé inicial para a repopularizarão do batom, sendo a primeira celebridade a utilizá-lo em público. Naquela época os batons não vinham em tubos cilíndricos, eram aplicados com pincel.

1912 - As mulheres americanas enfim aceitaram o batom como parte integrante do vestuário diário e público.

1915 – O primeiro batom comercializado nos típicos recipientes cilíndricos de metal foi inventado por Maurice Levy.

1921 - O uso de batom se espalhou e popularizou na Inglaterra pela população feminina em geral.

1923 – A embalagem em tubo giratório foi patenteada por James Bruce Mason Jr, em Nashville, Tennessee. Esta invenção tornou o batom item de fácil aplicação.


5000 anos de Batom - História da maquiagem 

Inúmeras marcas brigam pela supremacia no mercado mundial, acarretando uma “corrida tecnológica do batom” recheada de novas composições, estilos, benefícios, pigmentações e diversidade de preços. Tais fatos nos levaram ao ponto em que, segundo pesquisas, mais de 80% das mulheres norte americanas adultas utilizam o item com regularidade sendo que 30% delas têm ao menos 20 unidades em suas posses.
O batom não apenas colaborou para transformar a forma como enxergamos a moda, ele influenciou inúmeras culturas ao longo dos últimos séculos (aliás, milênios!). Muitas civilizações implementaram tradições e rituais complexos ao redor do batom. Em algumas regiões o item era (e ainda é) uma questão de necessidade medicinal com propósitos de proteger os lábios de fatores climáticos; em outras já foi considerado parte integrante da vida social. Como exemplo podemos citar as mulheres japonesas de altas castas as quais, quando casadas, eram proibidas de aparecer em público sem que o rosto estivesse complemente coberto por maquiagem.
Atualmente, aplicar batons é uma das maneiras mais populares e baratas das mulheres realçarem feminilidade e beleza. Não podemos determinar qual momento foi o mais importante para história do batom, todos os eventos relatados no artigo contribuíram para a ascensão deste item de moda extremamente popular que hoje é parte de nossas vidas. Hoje batons são considerados uma das maneiras mais populares e mais barato para as mulheres para mostrar sua feminilidade e beleza.


FONTE: http://www.acordabonita.com/2013/10/historia-da-maquiagem-5000-anos-de-batom/

domingo, 28 de dezembro de 2014