Ao longo
a história, cosméticos sempre fascinaram homens e mulheres devido à sua
capacidade de modificar consideravelmente a aparência, influenciando
diretamente na autoconfiança e estima. Não obstante a indústria da moda tenha
dado giros, voltas e reviravoltas nos últimos séculos (aliás, milênios!),
alguns produtos cosméticos remanescem com popularidade intacta.
Shampoos,
sabonetes, esmaltes, delineadores de olhos e outros artigos de maquiagem usados como bálsamos protetores e
medicinais viram o nascer e sobreviveram à decadência de várias civilizações.
Todavia, um item sobreviveu por milênios sem perder reconhecimento mundial e se
tornou um dos itens mais importantes e presente na vida da mulher
contemporânea: O Batom.
É claro
que um dos fatores responsáveis por tamanha popularidade advém do seu fim
medicinal. Além de decorativos, os batons sempre foram usados como método de
proteção labial contra incidência de elementos naturais: vento seco, umidade e,
por certo, raios solares (O tecido labial não possui a melanina responsável por
nos proteger dos raios UV).
Atualmente
chega a ser inimaginável pensar num mundo em que a população feminina não
esteja usando batons,
principalmente em aparições públicas.
Contudo,
o queridinho da mulherada nem sempre foi de tão fácil acesso e fabricação como
é hoje em dia. Houve um tempo em que os batons eram dificílimos de produzir;
outro em que eram legalmente proibidos; também já foram considerados démodé e,
acreditem, em certo período histórico eram até fabricados com materiais cuja
toxicidade poderia acarretar morte por envenenamento!
O batom não é somente item de beleza, ele fez (e
faz) parte da história mundial, por meio dele podemos entrever o comportamento de diversas culturas e civilizações.
Tendo em
vista a aparição precoce na história humana, não há como determinar piamente
qual grupo tampouco quem inventou o primeiro batom. Os batons surgiram na
pré-história da humanidade e viajaram através dos séculos e civilizações com
variados graus de sucesso e aceitação popular. Historiadores reconhecem e
relatam alguns pontos importantes na história dos batons, exatamente tais
pontos serão o tema de hoje, por meio deles entenderemos como este item se
tornou tão onipresente na moda atual.
História da Maquiagem – A
trajetória e importância social do Batom
Desde os
primórdios, os seres humanos sempre arrumaram meios para distinguir-se da
multidão; desde os primórdios os jovens lançam mão de artimanhas decorativas
com o objetivo de tornar-se mais atraente ao sexo oposto. Ferramentas, roupas,
sapatos, jóias e cosméticos foram os instrumentos primários utilizados com este
fim. Entre o tanto, pinturas faciais e (tchraaam!) batons foram e são os meios
mais notórios e notáveis de modificar a aparência.
Com o
furor da tecnologia atual fica difícil de se pensar em batons em eras pré
históricas, não? Pois bem, havia!
Os batons
pré-históricos eram compostos por matérias primas encontradas na natureza como
sumos de plantas (aliás, o sumo da beterraba dá um belo batom líquido! –
assunto para outra matéria…). Com o advento das manufaturas de civilizações
mais recentes, Oriente Médio, norte da África e Índia, novos tipos de materiais
passaram a ser usados com a finalidade de ornar os lábios.
Os
primeiros registros datam da Mesopotâmia. O “batom mesopotâmico” consistia em
pó de pedras preciosas, as mulheres utilizavam tal pó para doar brilho e riqueza
aos lábios.
No Antigo
Egito a manufatura dos batons obteve grandes avanços. Os membros do alto
escalão utilizavam variados tipos de decoração labial como meio de
distinguir-se e elevar-se dos demais. Para compor seus batons os egípcios
utilizavam ingredientes tóxicos, reza a lenda que vários adoeceram e até
morreram por envenenamento (Atestado de óbito, causa da morte: envenenamento
por batom – Soa bizarro, não?). Contudo, químicos encontraram fórmulas muito
mais utilizáveis as quais permaneceram em até o final do império egípcio.
Quem aqui
gosta de batons com coloração avermelhada? Então, foi exatamente no antigo
Egito que a cor carmim ganhou a popularidade a qual perdura até hoje!
Historiadores alegam que a famosa Cleópatra foi a responsável pelo pontapé
inicial rumo à popularização dos lábios vermelhos. O corante carmim era
extraído de insetos Cochonilha, técnica amplamente utilizada até hoje mesmo com
a forte regulamentação dos governos norte americano e europeus contra a
presença deste pigmento em comidas e cosméticos.
Como bem
nos contou a tia da escolinha, os avanços e inventos tecnológicos do Império
Egípcio foram espalhados seus por toda Europa e, é claro, o batom não ficou de
fora. Aliás, foi na Europa onde o batom encontrou seu “lar doce lar”,
principalmente entre os atores teatrais dos impérios grego e romano.
Mas eis
que o que ornava acabou-se quando a Idade Média assolou a Europa. Por anos a
fio a população europeia quase esqueceu o batom. As duras condições de vida, as
guerras constantes, medicina precária, pragas, falta de comida e toda esta
conjuntura levou ao período em que muito pouco ou nenhum avanço foi observado
nas artes, ciências e demais áreas do conhecimento.
Nesse
ambiente, a Igreja era a única presença constante na mente dos europeus, ela
era responsável pela ditadura e manutenção das leis e da moda. O Clero condenou
o uso de cosméticos, relacionou o batom vermelho aos cultos satânicos e, sendo
assim, o batom tornou-se coisa do passado, relegado ao esquecimento… Nesta
época somente atores em peças e a população feminina do menor estátua (leia-se:
prostitutas) continuaram a pintar os lábios.
Um dos
momentos mais importantes na história do batom aconteceu durante a Idade de
Ouro Islâmica quando o cosmetologista e químico árabe Abu al-Qasim al-Zahrawi
conseguiu aperfeiçoar a fórmula para batons sólidos, seus bastões perfumados
representam a base do batom moderno.
Vários
séculos depois, o batom renasceu graças às dramáticas mudanças culturais e
comportamentais implementadas durante o reinado inglês da Rainha Elizabeth I
(1558 – 1603). Seu estilo de portar-se e vestir-se caiu no gosto das altas
castas da sociedade, o rosto pálido com lábios coloridos por pigmentos
avermelhados brilhantes tornou-se marca de nobreza.
Todavia,
a vida nobre do batom não perdurou muito, ele logo retornou à “margem da
sociedade” tornando-se novamente um item característico de mulheres de classes
baixas e prostitutas. Assim permaneceu durante séculos até que a evolução
tecnológica do final do século 19 trouxe o batom de volta ao comércio e, por
conseguinte, ao gosto popular.
Em 1923
designers inovadores enfim criara a embalagem com mecanismo giratório que
conhecemos, químicos geraram formulações brilhosas e cintilantes, e a indústria
a moda começou a ditar tendências de cores e tipos
por meio da indústria cinematográfica em expansão.
Com a
facilidade de fabricação, preços baixos, facilidade de uso, ascensão da
fotografia, e a disseminação do item por meio de famosas atrizes de cinema
entre as décadas de 1930 e 1950 (Sarah Bernhardt , Marilyn Monroe e Elizabeth
Taylor), os batons finalmente fincaram estaca na moda tornando-se um item
presente nos quatro cantos do mundo.
Relativamente baratos, fáceis de encontrar, simples
de usar e com grande poder de modificar sutil e/ou drasticamente o visual – na
sociedade contemporânea os batons são, inegavelmente, um dos mais importantes e
clássicos itens de moda.
História do Batom – Resumo de
fatos e curiosidades
2500 a.C.
a 1000 a.C. – A Antiga
Mesopotâmia Mesopotâmia foi o lar do primeiro batom conhecido pela humanidade.
Conforme contamos no texto, mulheres da região utilizavam pó e pedacinhos de
pedras preciosas para decorar seus lábios.
2000 a.C.
a 100 d.C. – O Batom
Egípcio era composto por besouros carmins (Cochonilha) triturados. Este famoso
batom vermelho, por vezes decorado com escamas de peixe para efeitos
cintilantes e perolados, foi bastante usado por mulheres ricas e poderosas, seu
ícone foi ninguém menos do que Cleópatra (51 dC – 30 aC).
Século 8
ao 12 d.C.- O
cosmetologista árabe Abu al-Qasim al-Zahrawi descobriu um meio de doar a forma
sólida ao batom.
Idade
Média ao final do século 16 - A coloração dos lábios foi proibida pela Igreja, o
Cero associou os pigmentos avermelhados aos rituais satânicos. Nesta época o
batom era item relega às mulheres de classes sociais mais baixas,
principalmente as prostitutas.
Século 16
- Durante
o reinado inglês da Rainha Elizabeth I seus lábios vermelhos brilhantes e rosto de um branco austero tornou-se moda.
Tal popularização devolveu ao batom o posto de nobreza. Foi por essa altura da
história que a composição passou a ser a base de de cera de abelhas e plantas
avermelhadas. Só as mulheres de alta classe e os atores usavam batom.
Século 18
- Durante
este tempo os batons escorregaram da nobreza para os plebeus, indo novamente
parar entre as classes baixas da sociedade.
Século 19
– Ao longo de quase todo século 19 o batom permaneceu em uso apenas entre
atores e prostitutas. Estes séculos de rebaixamento social do item começaram a
mudar quando perfumistas franceses começaram a produção comercial do item.
1884 - A empresa de cosméticos francesa
Guerlain começou a produzir o primeiro batom em versão comercial o qual era
composto por sebo veado, óleo de mamona, cera de abelha, e então coberto em
papel de seda.
1880 – A famosa atriz americana Sarah
Bernhardt deu o pontapé inicial para a repopularizarão do batom, sendo a
primeira celebridade a utilizá-lo em público. Naquela época os batons não
vinham em tubos cilíndricos, eram aplicados com
pincel.
1912 - As mulheres americanas enfim
aceitaram o batom como parte integrante do vestuário diário e público.
1915 – O primeiro batom comercializado
nos típicos recipientes cilíndricos de metal foi inventado por Maurice Levy.
1921 - O uso de batom se espalhou e
popularizou na Inglaterra pela população feminina em geral.
1923 – A embalagem em tubo giratório
foi patenteada por James Bruce Mason Jr, em Nashville, Tennessee. Esta invenção
tornou o batom item de fácil aplicação.
5000 anos de Batom
- História da maquiagem
Inúmeras
marcas brigam pela supremacia no mercado mundial, acarretando uma “corrida
tecnológica do batom” recheada de novas composições, estilos, benefícios,
pigmentações e diversidade de preços. Tais fatos nos levaram ao ponto em que,
segundo pesquisas, mais de 80% das mulheres norte americanas adultas utilizam o
item com regularidade sendo que 30% delas têm ao menos 20 unidades em suas
posses.
O batom
não apenas colaborou para transformar a forma como enxergamos a moda, ele influenciou inúmeras culturas ao
longo dos últimos séculos (aliás, milênios!). Muitas civilizações implementaram
tradições e rituais complexos ao redor do batom. Em algumas regiões o item era
(e ainda é) uma questão de necessidade medicinal com propósitos de proteger os
lábios de fatores climáticos; em outras já foi considerado parte integrante da
vida social. Como exemplo podemos citar as mulheres japonesas de altas castas
as quais, quando casadas, eram proibidas de aparecer em público sem que o rosto
estivesse complemente coberto por maquiagem.
Atualmente,
aplicar batons é uma das maneiras mais populares e baratas das mulheres
realçarem feminilidade e beleza. Não podemos determinar qual momento foi o
mais importante para história do batom, todos os eventos relatados no artigo
contribuíram para a ascensão deste item de moda extremamente popular que hoje é
parte de nossas vidas. Hoje batons são considerados uma das maneiras mais
populares e mais barato para as mulheres para mostrar sua feminilidade e
beleza.
FONTE: http://www.acordabonita.com/2013/10/historia-da-maquiagem-5000-anos-de-batom/
Adorei o post, Robs...
ResponderExcluirSucesso sempre!
Bjo
@saturnopiloto